Cada vez mais paparicados pelos donos - ou, para muitos, pais adotivos -, os cães já ganharam salões de beleza, lojas e shoppings inteiros e, agora, até hospitais completos só para eles. Não há duvidas de que os cuidados com os bichinhos são cada vez mais evidentes. Por isso, o G1 conversou com a médica veterinária Íris Arruda para saber o que é possível fazer para que o calor intenso do começo do ano não prejudique a saúde dos pets.
"O primeiro ponto que precisa ser observado é o horário de passeio. Os donos se esquecem que a temperatura dos cães já é superior à nossa e, por isso, eles sentem mais calor", afirma a dra. Íris. Segundo ela, os melhores horários para levar o pet para dar uma voltinha são entre as 6h e as 8h da manhã e entre as 19h e as 21h. Além disso, os passeios não devem passar de 20 minutos. De acordo com a veterinária, o sol muito quente pode ser fatal para os bichinhos: "Nesta época do ano, é comum ver animais morrerem de insolação ou chegarem à clínica com as patas machucadas por andar no asfalto quente. Alguns chegam até a perder a película de proteção da pata".
Quanto à alimentação, ela afirma que, no verão, é comum que os cães não procurem comida durante o dia. "Eles preferem comer à noite, quando o clima está mais fresco", conta. Por isso, a especialista recomenda que a ração não fique exposta o dia todo: "O ideal é oferecer o alimento e deixar à disposição por pouco tempo. Se o animal não comer, o melhor a fazer é guardar para mais tarde, senão a comida acaba atraindo formigas e passarinhos e pode ser contaminada". A água, segundo ela, precisa ser trocada várias vezes ao dia, mas não é necessário que se coloque gelo, como alguns donos costumam fazer nos períodos de calor.
Apesar de muitos acreditarem que a frequência de banhos deve ser aumentada nesta época do ano, a dra. Íris não recomenda que o hábito ultrapasse uma vez na semana. "A pele dos cães não foi adaptada para tomar banho todos os dias, como a nossa. Eles não possuem glândulas sudoríparas que exalem odor, apenas glândulas sebáceas que produzem a oleosidade natural de proteção da pele e do pelo. Os banhos muito frequentes acabam removendo essa camada protetora, o que pode causar alergias", explica a veterinária.
Por isso, em geral, a tosa "verão alto" ainda é o procedimento mais adequado para refrescar o corpo dos bichinhos - apesar de tudo depender da raça. "Os cães mais peludos, como o Yorkshire e o Lhasa Apso, podem ficar com o pelo mais curto no calor. Já o chow chow, por exemplo, vem de regiões frias da Ásia e o pelo é adaptado ao clima da região, portanto, ele nunca deve ser tosado muito próximo à raiz. O pelo demora demais para crescer e a qualidade não é mais a mesma", finaliza a veterinária.
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