Ter que experimentar dois, três ou até quatro números diferentes para comprar uma simples calça ou camisa pode estar bem perto do fim. Novas regras, em fase final de elaboração na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), deverão revolucionar a forma como o brasileiro escolhe o tamanho de suas roupas. Saem das etiquetas os números padronizados e letras, como P, M e G, para dar entrada a uma tabelinha com a medida em centímetros de cada parte do corpo — além de três modelos-padrão: atlético, normal e especial.
A mudança começará pelos homens. Nos próximos dias, entrará em consulta pública, no site da ABNT (www.abnt.org.br), a proposta de medidas nas etiquetas para o vestuário masculino. Qualquer pessoa poderá fazer críticas ou sugerir melhorias.
— O novo padrão não é obrigatório. Apostamos na adesão voluntária de confecções, até porque será mais fácil para o consumidor comprar — explica Maria Adelina Pereira, superintendente do Comitê de Têxteis da ABNT.
No ano que vem, está prevista a parte mais difícil da padronização: etiquetar as medidas femininas. O gerente de infraestrutura e capacitação tecnológica da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), Sylvio Napoli, sabe que vem polêmica por aí.
— Será uma discussão acalorada, porque mexe com questões como a modelagem, o psicológico e as preferências femininas — ressalta.
Números variados
A estudante Andressa Monteiro, de 19 anos e manequim 38, tem que experimentar calças do 36 ao 40 até comprar a que realmente encaixa.
— Muitas vezes tenho que trocar roupas que ganho, mesmo sendo o número, supostamente, certo — diz.
Não são apenas as mulheres que sofrem com a falta de padrão do vestuário brasileiro. Os homens também têm dificuldades na hora das compras.
— Uma vez comprei uma camisa social tamanho 1, que ficou muito grande, e tive que levar para a costureira apertar — contou o servidor público Carlos Henrique Santos, de 23 anos, que tem no armário duas calças jeans tamanho 42 (apesar de vestir 40), devido às medidas menores.
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